domingo, 23 de outubro de 2011

Trabalho escravo na visão do Instituto Akatu

Você compraria de uma empresa que utiliza mão de obra escrava? Para falar sobre esta questão, o ECOTIDIANO conversou com a Ana Wilheim, Diretora Executiva do Instituto Akatu, instituição que promove o consumo consciente. Wilheim apresentou a visão do Akatu, que vê no consumidor uma chave para abolirmos de vez com a exploração humana ou degradação ilegal da natureza. (clique no texto abaixo para ler a entrevista completa).


Algumas empresas terceirizam ou quarteirizam a mão de obra e perdem o controle de suas práticas de produção. Na visão do Instituto Akatu, elas são responsável pelas irregularidades?

Ana Wilheim: Sim. Todas as empresas têm uma grande responsabilidade e é possível ter esse controle. Afinal, quando se fazem contratos com fornecedores em volumes grandes de produção, a empresa que está comprando tem como saber as condições de produção. É inadmissível hoje seguir com a mão de obra infantil ou o trabalho escravo. Existem maneiras de amarrar o contrato e se comprometer com uma cadeia de produção mais justa. Nós do Akatu nos preocupamos com o consumidor e queremos que ele tenha mais condições de refletir sobre a origem do produto e comece a reconhecer se ele veio de uma cadeia limpa ou suja. 

O que é uma cadeia suja? 

Ana Wilheim: Cadeia suja é aquela que utiliza mão de obra infantil, trabalho escravo ou degradação ilegal da natureza, como tem ocorrido com o desmatamento na Amazônia. 

O que tem sido feito para desestimular essa cadeia suja de produção?  

Ana Wilheim: O Instituto Akatu, por exemplo, participa da rede Conexões Sustentáveis São Paulo – Amazônia, em que um conjunto de empresas se compromete a não comprar madeira de produção ilegal ou carne proveniente de regiões de desmatamento ou trabalho escravo. Da mesma forma, o consumidor pode começar a olhar a etiqueta do produto e saber de onde ele vem. Bom, o consumidor não é um pesquisador, mas tem um poder muito grande a partir do momento em que começa uma reflexão sobre o consumo. 

(obs: no site do Akatu,  HYPERLINK http://www.akatu.org.br www.akatu.org.br, há uma relação de fazendas que se beneficiam do desmatamento ilegal e da mão de obra irregular).
A solução é criar selos de certificação para ajudar o consumidor nessa tarefa?

Ana Wilheim: Penso que antes de uma etapa de selo, o ideal é que se tenha uma espécie de bula, que descreva o modo de produção e o trajeto do produto, pois sabendo de onde vem e se a cadeia produtiva é regular, o consumidor pode escolher melhor. A proposta da bula é favorecer um processo pedagógico. O consumidor poderá refletir: “de onde vem essa mercadoria? A  cadeia produtiva é regular? Qual o consumo de água nessa cadeia produtiva?”. Estamos na transição para uma economia verde, em que as empresas precisam cumprir seus contratos trabalhistas e com fornecedores e rever suas práticas.
E qual é o papel do consumidor nesse novo cenário? 

Ana Wilheim: O consumidor está sendo despertado. O Akatu acredita na força transformadora que o consumidor tem, seja ao boicotar um produto que utiliza mão de obra escrava, seja para dizer “isso eu aceito” ou “isso eu não aceito, não concordo”. A nossa proposta é sensibilizar o consumidor para ter noção da sua importância para que sejam inibidas práticas de degradação ambiental ou mão de obra infantil ou escrava. Vivemos num mundo do consumo, e nós do Akatu estamos empenhados para ajudar o consumidor a refletir sobre a origem do produto e reconhecer se ele veio de uma cadeia limpa ou suja. 

sábado, 8 de outubro de 2011

Vídeo sobre a Escola Maria Teixeira

Encontrei esse vídeo no Youtube sobre a Escola Inclusiva Maria Teixeira e convido-os a ver o trecho em que as crianças cantam a música fazendo, simultanealmente, a tradução na linguagem de sinais. Essa apresentação começa depois de 5 minutos de vídeo, para quem quiser ir direto ao ponto.


Já assisti a outras apresentações semelhantes lá e sempre me emociono. É muito legal ver crianças com diversos tipos de deficiência se superando e podendo conversar com o coleguinha surdo. A música desse vídeo é SUPER APROPRIADA para o local: "era uma vez, um lugarzinho no meio do nada, com sabor de chocolate e cheiro de terra molhada". É essa mesma a escola.. ela fica bem escondida, no meio do nada, mas é um lugar delicioso, cheio de natureza, e sobretudo, muito amor. E a Silvana, diretora voluntária, é uma pessoa iluminada. Impressionante como ela, com uma voz calma e serena, consegue conversar com mais de 100 crianças super alvoroçadas depois de ganhar brindes e, ainda assim, impor respeito na maior tranquilidade, falando baixo ao microfone "eu vou contar até três e nós vamos fazer silêncio para ouvir a natureza... um... dois... três". E o silêncio se faz!

Instituição que escolhi para o meu time na Terracycle

Escolhi a Escola Inclusiva Maria Teixeira como beneficiária nos meus times de coleta de embalagens no site da Terracycle (www.terracycle.com.br). Eles realizam um trabalho incomum e super humano de inclusão social. A escola tem 180 alunos e sobrevive de doações de terceiros, pois se aceitassem a ajuda financeira do governo teriam que reproduzir o mesmo modelo de inclusão adotado pelo MEC, em que o aluno deficiente é colocado em uma sala de alunos sem deficiência, mas sem uma garantia de ajuda eficaz na aprendizagem. Na Maria Teixeira há uma turma dos cegos, outra dos surdos, outra de pessoas com outros tipo de deficiência, outra só de adultos, outras de alunos que não têm deficiência alguma. A diferença é que  TODOS têm assistência para suas necessidades de aprendizagem e TODOS aprendem libras, que é a linguagem de sinais para surdos. Aprendem também a conviver e respeitar as diferenças e limitações dos colegas das outras turmas. O site da escola é www.escolamariateiceira.org. Há muitas atividades coletivas, que envolvem todas as turmas e há também uma horta orgânica plantada por alunos, projetos de reciclagem e reaproveitamento de materiais, bem como espaços para interação em grupo.

Enviei as embalagens de Ruffles pelos Correios!

Quem acompanha o blog sabe da minha promessa de enviar uma embalagem de Doritos e outra de Ruffles para a Terracycle (www.terracycle.com.br), uma empresa que faz um trabalho inovador e super importante, na minha visão: aproveitam embalagens que geralmente não são recicladas e as utilizam para fazer produtos diversos, como mochila, estojo, bola e guarda-chuva, como parte de um projeto social, que beneficia comunidades de baixa renda. O site explica como participar de uma brigada, ou seja, um time que recolherá embalagens diversas, de salgadinhos como esses a pacotes de biscoito, embalagens de suquinho tipo Tang ou capas de resmas de papel.

Enfim: enviei as minhas primeiras embalagens essa semana. Antes de enviá-las, liguei no 0800 deles e descobri que é possível enviar embalagens de qualquer marca e não só das empresas que apoiam o projeto. Se há, por exemplo, o time dos biscoitos Nestlé, isso não significa que só são aceitas as embalagens da Nestlé, mas de QUALQUER biscoito. Para quem trabalha em locais em que se usa muito papel, a grande sacada é se inscrever na brigada ou no time da REPORT, pois assim é possível enviar as embalagens das resmas de papel, DE QUALQUER MARCA. Coloquei em caixa alta porque essa notícia foi especial para mim. Eu recomendo o site www.terracycle.com.br para conhecer melhor esse projeto, pois cada embalagem vale dois centavos para a instituição de caridade ou para a escola que você escolher.